среда, октобар 20

da greve

como na maioria dos países ocidentais, o governo corta gastos na educação, afirmando, em contradição absoluta, que é preciso investir em programas sociais. aqui em portugal uma greve estudantil começou em coimbra, escorreu ao porto e se propôs agora em lisboa. como no brasil, dia de manifesto, muitos estudantes entre cartazes na porta, tantos panfletos, outros microfones. cheguei na faculdade e descobri que a única sala do prédio que tinha aula era justamente a que eu deveria estar. resolvi ir para dizer que não iria. e lá cheguei. para minha surpresa alegre, etelvina, nossa professora, tentava com rosto corado e suor nas mãos, explicar aos alunos que eles não deveriam estar ali. Greve, ora, é greve. éramos três ou quatro que distribuíamos argumentos políticos atravessados por pura vontade de nada menos que um mundo mais justo e outros dez ou doze que diziam da ilusão de tudo isso. acabou-se o tempo da aula, uns foram embora porque o ônibus passava naquele horário, outros saíram convencidos de que greve é luxo de uma esquerda burguesa, e outros foram se juntar à maioria grevista. “cada um que tome seu rumo, mas que pensem, absolutamente, qual será o vosso”.

2 коментара:

bruno је рекао...

que otimo tudo.. a vida, a greve, os não grevistas, seu texto e a vida.

caderno de notas је рекао...

A diferença persiste (...) acima das moralidades