понедељак, фебруар 28

Dor não é amargura.
A existência me dói, por que não me basto. Consequência de ser descontínuo.
Desconforto que acaricio com cuidado. Ignorando a dor, os deuses não podem, pois, ter prazer.
Sou humana?
Aquele a quem os pensamentos não atormentam, alegra-se com o levantar pela manhã e com o comer e o beber, acha que é o suficiente e não quer outra coisa.Eu quero mais. Quero o prazer.

петак, фебруар 25

CANTINA MESSENGER:
(Aline, Bruno, Carol)

Amanhã dominaremos o mundo!
E assim sendo por nosso desejo, proclamaremos muita poesia e cachaça; amor? amor é bom, mas ele pode ser vago? vago, mas tem vaga! esperança de amor então... proponho que levemos sonho e imaginação. proponho que o sonho nos leve... e agente vai distribuindo cheiro de amor por ai. não se pode conquistar o mundo sem isso! isso, suemos amor! – somos tão hippies – eh! paz e amor se desgastaram com o tempo... – neste momento nos exaltamos – mando que todos fiquem embriagados uma vez ao dia! E que todos os dias se beijem as pessoas... todas que passarem pela frente! exijo meia hora de tristeza diária... não mais, nem menos. essa é a idéia! e que por um momento, a gente pense na angustia do outro...pode ser semanal esta... semanal eu apóio. proclamarei que todas as pessoas sejam gente! defina melhor... gente. se definisse seriam máquinas. decreto que, assim que o termômetro marcar 35 graus, é feriado. amplamente apoiado!!! amanhã... amanhã...

среда, фебруар 23

Vinícius disse, tomando um gole de uísque:

- É curioso, a alegria é um sentimento, uma atmosfera de vida, nada criadora. Eu só sei criar na dor e na tristeza, mesmo que as coisas que resultem sejam alegres. Não me considero uma pessoa negativa, quer dizer, eu não deprimo o ser humano. É por isso que acho que estou vivendo num momento de equilíbrio infecundo do qual estou tentando me libertar. O paradigma máximo para mim seria: a calma no seio da paixão. Mas realmente não sei se é um ideal humanamente atingível.
Acontece que detesto tudo o que oprime o homem, inclusive a gravata.
Eu desejaria alcançar outra coisa.Isso de calma no seio da paixão. Mas desejaria alcançar uma tal capacidade de amar que me pudesse fazer útil aos meus semelhantes.
(...)
Meu poema é em duas linhas: você escreve uma palavra em cima e outra embaixo porque é um verso.
É assim:

Clarice
Lispector

Se a felicidade existe, eu só sou feliz enquanto me queimo e quando a pessoa se queima não é feliz. A própria felicidade é dolorosa.


http://www.geocities.com/Paris/Concorde/9366/entrevistas/vinicius.htm

недеља, фебруар 20

VERBO SER

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.


Carlos Drummond de Andrade
Ame-me e deixe-me. Faça com que eu te ame e me abandone.
É necessário que eu perca.
Me traia.
Arrase-me.É por distração, descuido, desonestidade, que mereço.
Não tenho grandes ousadias.
sou um amontoados de hesitações impetuosas. Que rasgam as dimensões de mim.
Sofrer seria apenas não estar onde estou. Sentir algo que não seja o gosto do nada.
Não sei por que tenho as vezes tenho tais ridiculos rompantes.
Não os creio, se os leio.
São sombras futéis do nada que quero.
A mágoa dos outros não me comove.
Não me move a ser diferente. Nem a ser, a bem da verdade.
"MAS...A tarde arde o peito pulsa a mesma música fora de tom. O bom do som é o silêncio. "

Fabio Rocha

петак, фебруар 18

Arrebento-me. E não me sei.
Não sei o que levo.
Há um riso, raso. Tudo anda muito volátil.
Não me sei. Não me tenho.
Busco me esquecer.
Embriaguês patológica.

среда, фебруар 16

"Eu não tenho nenhuma coragem, mas procedo como se a tivesse, o que talvez venha dar ao mesmo"
Flaubert

недеља, фебруар 13

Ia eu sempre.
Há um estado de coisas no qual o corpo cansado só quer aconchego.
Há muitas formas de romper o tédio. E muitas outras de se quebrar corações. No fim, serão apenas mentiras, ou um complexo sistema de sentimentos entranhados entre si, que a tudo desfiguram e nos impede a fixação? Podemos despejar em cada beijo a mesma medida e ao mesmo tempo mante-la devidamente desigual?
Eu vou sempre. Nunca só. Sempre só.

четвртак, фебруар 10

Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a flecha farpada. De chofre explicava-se para que eu nascera com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto - uivaram os lobos e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir.
Clarice Lispector
CACHAÇA
(Mirabeau Pinheiro-Lúcio de Castro-Heber Lobato, 1953)

Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão

Pode me faltar tudo na vida
Arroz feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não
Pode me faltar o amor
Há, há, há, há!
Isto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça