среда, новембар 22

Realmente me pergunto porque insistir em viver este mito verossímel. A reversão violenta do que acabo de dizer é sempre interessada e interessante. É porque as forças assim inibidas continuam a manter uma certa desordem, uma incoerência potencial, e uma heterogeneidade clandestina.
não me faça chorar.
A encenação se desdobra segundo um sentimento de vertigem: mise en abyme.
não é sequer difícil escorrer de uma borda a outra.
mas ninguém disse ser possível se alojar nessa clivagem.
combino artifícios e temeridades
para desarmar os esforços de persuação de todo aquele que quer ter a ousadia de crer, ou o desejo de fazer crer em figuras, tropos, deuses, ou qualquer outra sedução do discurso.

среда, новембар 15

Se eu desse um corpo para tudo isso, talvez ela não estivesse vazia agora.

Penso num silogismo prático que possa estruturar minhas questões. (Essa comicidade não nasce de um artifício, apenas da paciência de uma impaciÊncia. )
o puro a priore nunca existiu, ou nunca algo existiu que não fosse puro a priore?
O objeto pulsante que persigo escapa todas estas letras. só porque palavra puxa palavra não quer dizer que as coisas se resolvam assim.
Je suis en toi le secret changement
Se me interrogam, respondo que os mortos vão bem, depois da fuga pânica das bestas.
Traço por traço, já que não dispunha de nenhum outro documento que não a memória,

EU O FORMEI, TOQUEI, SUSPENDI, O FIZ E O FIZ CAIR.

desamparo?

é indigno de grandes personas mostrar a perturbação que sentem.Ela deve estar lá, instalada delicadamente, pronta e ao mesmo tempo invisível, como uma queimadura suave

não destruído, mas largado como um detrito.
RASTRO. ( continuo a achar que o amor é uma dança).
onde está o corpo?
("Resta o Fôlego")

Uma flor por um cigarro? Já me acostumei com essas trocas banais. Um mal esse costume, mas sabe como é, não há menor generosidade nessas pétalas do que nas cinzas que acabaram de cair. Meu mal me quer bem me quer, meu bem me quer meu mal me quer. Um mal por um bem e por aí vai, até inverter. O duelo íntimo do amor em um feito bem mais íntimo do que toda essa inconfissão;

ou o que trago em uma flor de amor é tão mais imprudente e sincero com nossos corpos
quanto forte e maligno com a nossa união?

Juntos juntos, tão mais seguro esse espaço de corpos que não se dão conta...

Mas não é da conta de ninguém, mesmo! Mal me quer bem mal me quer. Mais cigarro para eu continuar isso, quero despedaçar essa droga de Margarida por essa sua cor pelo seu cheiro pela sua fé inócua e infértil.

Mais um cigarro porque é preciso exumar tudo em volta, desde o meu acender de cigarro, notem bem!, ao esquecer do tempo estúpido que brinquei de chorar. Catequizar a promessa de um mal me quer volúvel e solitário. Quero pactuar com os anjos trair o diabo gozar em Cristo e foder muito bem fodido até arregaçar e comprometer ao extremo a carne que demanda e subnutre essa fé apenas para ver se arranco dela algum laço bonito que amarre a minha vida. Te farei um presente.

Que me vale a Merda du Monde? Não não não. Três vezes foi negado. Três vezes será renegado. Repetido? Não não não. Não. Pode contar!

(Cuspo para o alto. Bem alto, para fazer meu escarro voar para onde é preciso, mesmo sem a esperança única de conseguir. Esperança, alguém me lembrou dela? Isso é uma luxúria para mim! Uma grande abertura para o meu riso o meu sexo o meu pouco caso salivar. Não me comprometo com o não. Já insultei a minha Fé e difamei todos os meus Pensamentos com essa água maltratada que saiu da minha boca agora agorinha direta assim num jato. Sobe fezinha, sobe!)

A esperança de quem aguarda um final é inquieta pecaminosa vulgar. Sim, ela não é nada, não. Esperança: um sentimento em desidratação, e nossos dias estão tão quentes, Babe, e nada nos determina tanto quanto o absurdo de toda essa nossa prosa, que, Irmão, não te traz e não me leva a lugar algum.

(Aguardo abaixo do céu o meu cuspe. Ele cai sobre os meus olhos e escorrega molhado e bento, em minha face quase renegada, feito lágrima.)

Por isso, um aviso por um milagre, Camarada: não permita que te sequem a boca! Já vi isso antes, e se gosta de parábolas, no reino dos céus adormece um anjo muito feio e triste que, de tanto fumar e despedaçar Margaridas, teve o seu jardim liquidado. Dizem que foi acidente, um incêndio.

Escute! Os meus conselhos são de...

("Você quer mais um copo?", "Claro!, hoje quero beber a angústia do mundo. Essa puta vadia já foi longe demais. Entorne cerveja nesse meu copo, por favor!"; Copos servidos e corpos a postos, escuto ao meu lado o brado feliz de anjos póstumos "TIM TIM!")

уторак, новембар 14

Resta o fôlego.

Eu tinha para mim que essa convicção era a passagem para uma segurança, mas saquei, pelo contrário, que ela está no risco do perigo.

Se ao menos eu tivesse o desespero e a certeza de que tudo está errado, que nada leva a nada, e o mundo não passa de uma tautologia cínica.

Ainda, se não me adoecessem o messias do desastre, à proximidade do fim, enérgico e esperançoso, como um dândi apocalíptico, eu blasfemaria. Se ao menos a paixão pelo erro, pelo fracasso, me asfixiasse, me matasse como algum gás letal, força ou convulsão na garganta... o que eu escreveria aqui?


Pos-Scriptum: Mamãe me falava que sentir ao menos é reclamar por mais. Tentava, materna e mandona, calar a minha boca, roubava-me o choro e o seu fôlego - esôfago. Interminável duelo, de mamãe: a sua natureza contra o meu grito. Ou seria só um suspiro - doce e branco, como os da padaria?