четвртак, јануар 27

Fiz um inventário desloucado das minhas vivências.ou será apenas um projeto, projétil...
descobri algumas coisas, em frestas, coisas inacreditáveis. Tempo passado é coisa estranha, independente. Contar coisas é uma busca narcisa por intertícios coloridos e inexistentes. Não diferencia, em propósito, de um novo verso que conjuga um desejo intenso, uma sedução vil, um flerte desatento, com um medo profundo, uma vontade de absoluto, um poder universal.
No fim, da noite, do pó, do corpo, do papo, do jogo, resta um indício claro: escuto o dono do bar que ouviu por toda noite toda aquela vida fragmentada: " ninguém sabe o que veio fazer nesse mundo".
E volto, não durmo, sonho sequênciais.Um pesadelo me liberta.
Entretanto, quando no espelho a gente vê múltiplos sustenidos níveis, é impossível haver paz.

среда, јануар 19

Volto. Substituo uma vadiagem por outra.Pouso minha carga e observo o espetáculo do mundo.
Ah
...a banal satisfação de uma necessidade!
Sentei numa praça e encontrei mais do que silêncio.
Vozes de distintas solidões me povoaram até em casa.
Tão tarde já.
Há uma inexatidão na falta do que fazer que a torna bela, e portadora de paz.
Janelas Abertas Nº2

Sim, eu poderia abrir as portas que dão pra dentro
Percorrer correndo os corredores em silêncio
Perder as paredes
aparentes do edifício
Penetrar no labirinto
O labirinto de labirintos
Dentro do apartamento
Sim eu poderia
procurar por dentro a casa
Cruzar uma por uma as sete portas,
as sete moradas
Na sala receber o beijo frio em
minha boca
Beijo de uma deusa morta
Deus morto,
fêmea de língua gelada Língua gelada como nada
Sim,
eu poderia em cada quarto rever a mobília
Em cada uma matar um membro da família
Até que a plenitude ea
morte coincidissem um dia
O que aconteceria de qualquer jeito
Mas eu prefiro abrir as janelas
pra que
entrem todos os insetos.

четвртак, јануар 13

Tenho andado em apuros. O amor à fulgacidade me roubou toda diversão. Agora sobrevivo a cada patético momento.
Tem sido impossível deixar-me.
Depois de me partir em mil pedaços na fuga do tédio, eis que estou de frente pra ele.
Meus movimentos são tão leves, que se tornaram insignificantes,
E não, não estou triste por isso.
Aboli palavras que celebram profundidade e peso. Me desfaço no ar, antes que que seja esmagada pela vida.

среда, јануар 5

"Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento."
Clarice lispector

недеља, јануар 2

Alfred jarry :-Quando deixará de ser necessário lembrar que os anti-alcoólicos são doentes ameaçados por esse veneno, a água, tão dissolvente e corrosivo que o escolheram, de entre todas as substâncias, para as abluções e as barrelas ?
Baudelaire:-O homem que só bebe água tem algum segredo que pretende ocultar dos seus semelhantes.
-Pois bem, diz Victor Hugo:
- Comer é uma necessidade do estômago; beber é uma necessidade da alma.
( para as últimas semanas: um viva a embriaguês!)
Minha voz sai em busca do meus olhos não conseguem alcançar,
Com uma virada da língua açambarco mundos e volumes de mundos.

O discurso é gêmeo de minha visão... é inconstante para poder se medir.
Está sempre me provocando,
Diz com sarcasmo, Walt, você já compreende o suficiente... por que então
Não bota tudo pra fora ?

Ora, vamos, não vou ser atormentado... você concebe articulações demais.
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O dito e o escrito não provam quem sou,
Traga a plena prova e todo o resto em meu rosto,
Com meus lábios calados confundo o maior dos céticos.

Walt Whitman