среда, септембар 26

escorre de meus dedos nas teclas o que quer correr de mim, fugir, esconder, encontrar abrigo, carinho, conforto, naquele que nunca será capaz de entender e que por isso mesmo se tornou morada digna da angústia e errÂncia e desassossego.
Tanto branco.
lançar-se a existir tanto até desaparecer. e ao mesmo tempo estar infinitamente cansado. ( doublebind para quem assim preferir,mais uma.) Ser triste por ser apenas fascínio sutil e desapercebido aos olhares médios. Sempre me impressiona que algum olhar possa se contentar em não buscar o invisível. E de alguma forma, isso disso tudo ser raro e precário, distingue. Me distingue. Meu alumbramento. Minha margem. Meu destino?

Tenho essa ilusão de me ordeno. Mas sei, copio e invento. imito a máquina. me deixo conduzir. Nunca vou ser alguém, mamãe.

Não é engraçado tudo isso? por que alguém adentra essa porta de abandono, suicídio, solidão? quem pode escolher? alguém pôde?

é tudo apenas dissimulação da mais inescapável incapacidade de ser. qualidade ao contário, mas não necessariamente contrário de qualidade. é apenas e sobretudo uma virtude morta.

среда, септембар 12

assisto, na grande cidade, poetas se ocuparem da minha surda vitória. meu semblante derramado não ousa sorrir, apenas gruni, faz passear os olhos, verdes de outros, eróticos, políticos, burgueses. meu segredo serpenteia agudo em busca daquele que saiba extrair, veneno veneno, mais do que meu ontem, canhestro e suado.
quantas existências desregradas habitam-me?
quantos poetas me sangram? por tanto espero, temo, clamo, gozo, rasgo. tão logo tudo ,
nada.
aquele pássaro, que se fia nas asas. e espera, convida, aquece e trai. mas não vai; não sabe, não basta as asas, sagacidade, desejo, gana.
nada basta. enraizado sem raíz, vítima sem algoz, sonho cansado, insone, distópico. ainda caquético, mas belo. profundo. Azul.

não me toque. não sou um traço cúmplice.
implico
cumplico.

недеља, септембар 9

Ela me disse que não mais voltaria a usar aquela roupa. A noite anterior tinha sido intensa e acordar hoje foi tarefa de sobrevivência. Olhar para o armário e encontrar o lindo longo vestido ali estendido sem seu corpo apenas máscara de uma fantasia real, sem alma, sem vida, sem curva, sem sexo, sem sim, oh yes, sem sim.

No rádio tocava um samba, e ela não sabia aonde estava nem como acabara a noite ali. Ou tudo seria um dos começos dessa história, que não tem nada de original, nem pensa no que é, não sabe fazer a si se não pelo que some, escapa, fere e corta. Ou tudo poderia ser um desses infinitos que inquieta os desajustados, os perturbados, gente que não tem muito a perder senão a (há) perda.

Haviam feito um corte no seu peito. Como?

Não sabia quem ou por que fizeram aquela maldade com ela. Quem poderia fazer uma coisa assim com uma criança tão adorável?

Do corpo cansado passado ultrapassado por tanto afago, um afeto violento sem culpa e sem desculpas, sem medo e porquê, sem nada e sim, oh yes, sim, excesso de todas essas coisas. Ele poderia foder com o mundo, transar sobre a terra entregue aberto numa orgia de dois três cinco cem dez mil gerações juntas entrando pelos seus poros, pelo seus sentidos, narina, ouvido, boca, pau, quem sussurra, ah, eles entram pelo seu cu por todo seu corpo movimentado, agitando e testando todas as suas fibras, diluindo o seu sangue em mil outras orgias tão pouco naturais. Seu corpo repousa despedaçado sobre a terra.

Da terra vem a cana de açúcar que fabrica o álcool que faz o fogo e queima a terra.

Das mãos sai o mal sai o bem sai o bom e o injusto. Sai nada, oh não, sai nada.

Sou forte e bruto, e um pouco mentiroso, amada. Saia! Amada!

Seu corpo explode sobre o chão da terra como fogo de artifício. Suas mentiras deixavam todos cada vez mais irritados. Quando a natureza começaria afinal a ser contada?

уторак, септембар 4


Time is Monet

петак, август 31

retroômenagem aos meus queridos;. ( e se não termino a frase não é por uma delicadeza ou mistério. é por in-decisão quanto ao remetente e por remissão a coragem, de poucos, de desviados e dos desvios, em dizer talvez de maneira irredutível.

A voz do morto
Cae ?



Estamos aqui no tablado
Feito de ouro e prata
E filó de nylon

Eles querem salvar as glórias nacionais
As glórias nacionais, coitados

Ninguém me salva
Ninguém me engana
Eu sou alegre
Eu sou contente
Eu sou cigana
Eu sou terrível
Eu sou o samba

A voz do morto
Os pés do torto
O cais do porto
A vez do louco
A paz do mundo
Na Glória!

Eu canto com o mundo que roda
Eu e o Paulinho da Viola
Viva o Paulinho da Viola!
Eu canto com o mundo que roda
Mesmo do lado de for a
Mesmo que eu não cante agora

Ninguém me atende
Ninguém me chama
Mas ninguém me prende
Ninguém me engana

Eu sou valente
Eu sou o samba
A voz do morto
Atrás do muro
A vez de tudo
A paz do mundo
Na Glória! )

петак, август 17

Nietzsche amargurava-se com o facto de a civilização alemã se ter construído a golpes de cerveja. Michelet via nos rituais do café o traço fundamental das letras da França . E Russell hesitava entre o whisky e o chá para acompanhar uma boa conversa de filosofia.
eu, enquanto brinco de recortar e colar, e ser perversa nas horas vagas, flagro,
mais a contra-pêlo que a contra-gosto: nenhuma palavra estará
aos pés de uma boa #$@***&##¨!@"_**!!!
bebida.
E a escrita ? marca que existe para nos lembrar, impiedosamente, de tal assombro.

Lanço mão de toda honradez nessa constatação. Porque sou desejo e carnívora. Mas não esfomeada. Um animal sem fome, que se caça é antes pelo prazer da presa do que pelo sangue entre os dentes.

Pelo sangue também, talvez. Ou pelo menos às vezes. O que importa nessa descoberta do ponto de fuga, ou da quarta parede, do sétimo dia, é que quando o dia volta, já não se está mais ali. O que também não significa que eu não sofra por não ter adversários a altura. Apenas e apenas isso:não há tempo onde caibam nos meus sonhos. Não suportaria tanto tédio.

Historicamente falando, essa nossa atualidade sempre despenca como realidade
entre nós.


субота, август 11


você disse que tudo na minha vida estava errado. que eu era louca, louca, louca louca, não, louca louca louca. tenha muito cuidado. uma mulher como eu não deve sofrer assim. não deve entregar todos os pontos, pontos pontos pontos pontos pontos. você diz que eu errei. e que tudo na minha vida está errado. sim. você foi apenas um barato que aconteceu na minha vida. não acreditei na loucura que incandesceu meu coração. você diz que eu errei. você diz isso. você vai descer, então ouça: você diz que eu errei, errei, e eu não quero ficar louca, louca, louca louca louca louca, morta louca, louca. (e que minhas gargalhadas não desmintam) mas te amar, eu vou. eu quero. eu juro, só de mal, eu vou. eu quero. eu vou ao supermercado, superpecado, ao supermercado, é, eu vou, eu quero, te amar, eu vou ao supermercado do amor. superman, meu superman, eu desafio o medo sobre a terra. busco o amor fora dela. (manhãs quentes me sufocam, tardes frescas me acalmam) a luz que falta dentro dos homens é a sombra que cega sobre mim. e você diz que eu sou louca, louca, oca oca oca oca. ah meu homem, querido, minha febre reclama um pouco de amor.

e você nunca disse que eu sou louca.

четвртак, август 9

Do tempo de coragem tive apenas o soluço
de alguém que se morde
amordaça
expande
e relaxa.

Aonde está a nossa covardia? a nossa cara-de-pau? a nossa falta de diálogo diante da mesquinhez?

Ou será que, de tudo, por resto, somos nós, você e eu, os únicos desinventados?

уторак, август 7

Ao pó da letra:
esse estranho des-encontro. solidão quente. creo que no todo está perdido. (música tão linda.)vamos nos perder mais e mais e sempre. Bem mais além do mar, quem diz que vai


não vêm. I lost myself on ( ) . do you read me? a palavra deve ser encontrada. Dizem que o pedagogo sabe e o aluno saberá. a palavra não pode ser ausente.


Que nome dar a este evitamento?


Essa violência que não é menos africana que francesa. je pais longstaemps, moutons mystérieux, Les songes vains, les anges curieux...Ici venu, l'avenir este paresse.tout est brulé. E queremos tanto tanto ser norte-americanos...
Pois se me interrogam, se interrogo. perdoei meus brancos. Ontem. é que o amor disseminado a falta de cultura e a brutalidade de espírito me entediam. Não faço idéia do que escrevo, mas cumpro a sina. eu sei eu sei, dor não é amargura. mas quem mais sabe disso? o tédio me dói.
continuomuda em quatro, seis, quinze, dez mil linguas.

só fico tranquila quando o dinheiro que aparece me embriagará. Fico inquieta quando não falta o dinheiro para me embriagar.
é porque não me conformo apenas em arder, preciso ver virar cinzas, esquecimento, morte. e depois traço, letra, escrita.

Ruborizo-me agora? Talvez, por ter sonhado.

-Cada dia leio como se fosse a primeira vez.
-e é.




A gente só sabe viver pra contar depois.

среда, јул 18

As férias de Hegel


MAGRITTE

среда, јул 4

inventariando-me.
para saber,
ou finalmente não-saber:
O QUE ME IMPORTA?


desconfio que invento e dissimulo tudo. minha afecção só não é uma mentira porque não sei diferenciar essas coisas. fico procurando em mim o que vejo nos outros e só encontro um vazio brinco de remendar;

понедељак, јул 2

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê"

уторак, јун 19

Se o discurso falasse por todos sujeitos, e se eu finalmente me visse passar.Quando o chão desfizesse-se, e nada houvesse que não a bela queda. Se falar com todos os eus não fosse ainda falar sozinho, e se o falar com os outros fosse outro que não compartilhar solidão.
Se esse Outro não fosse mais do que uma invenção. E que sua ausência pudesse nunca ser precedida da presença que objetiva eu e ele. Se apenas os indícios.
a questão seria ficar entre o traço e o rastro. o ser e não-ser deslocados num sonho que outro não poderia realizar. A escolha como estado de espírito e fuga.
mergulho pra dentro
mas do dentro do entorpecer, que já sempre é transbordar.

уторак, јун 12

"A coquetterie é uma atitude religiosa,
a elaboração de ritos
em que se exalta o fútil.
Mas a frivolidade deixa revelar a essência:
a paixão pelo pormenor exprime o
desregramento do amor e do ódio
- e é o excesso que acaba por nos fazer sorrir."

Não, eu não me importo em estar sozinho, hoje
por
aqui
agora.

Eu? Sozinho? Não me acuso em tal per-missão..

Disso tudo, disso disso, de estar sozinho, pode estar inter-dito uma chamada
uma recompensa
um reembarque (porque estamos terminantemente transitando)
para o meu próprio lugar,
que não é aqui,
nem acolá.

Aonde será?
O meu? O eu?
E o embarque? Algum lugar?

Empazinado de um salgado mal comido (bem dormido), olhei hoje mais alguns apartamentos. Nada, nada nada. Nada que prestasse. Há que se ter algum fio, esperança, sentido; preciso, então, me fio, no que me confia, e por aí-lá vou eu, sair, novamente, à procura, amanhã.

Sinto saudade de você, e talvez tenha saudade de mim mesmo, de você, e de mim, do trânsito (não do tráfego), do embarque e do desembarque. Aí-aqui-e-já-lá-já-já gosto de você, em trânsito, daqui e daí. Simples

Assim.

понедељак, јун 11

"esse jeito anfíbio de ser me favorece. sei a gíria e um tanto da poesia que essa geração tem em todos os seus fliperamas, seus beatles, seus ácidos. essa literatura me interessa, essa que sai de dentro das páginas e flana nas esquinas, joão do rio, literariamente. nada muito claro. foi lendo Oswald, presente do Charles, que alguma coisa acontece no meu coração. era aquilo, aquele corte seco, garrincha, um humor rápido, gaiato. ou teria sido goddard? o choque. ou seria joão gilberto, nada além do estritamente necessário. desafinado. ou Caetano, me quebrando por dentro e por fora. tão lindo. sei lá. as influências são difíceis de deterctar. onde é a literatura na cabeça da gente??? na janela dum ônibus? num lance?"
Chacal