четвртак, јануар 25


Praticamente, cada vez em que tentei escrever um livro, o cansaço vinha antes do final. Tornava-me lentamente estranho ao projeto que tinha formado. Esqueço o que me inflamava na véspera, mudando de hora em hora, com uma lentidao sonolenta. Escapo-me de mim mesmo e o meu livro me escapa; ele torna-se quase inteiro como um nome esquecido,: tenho preguiça de procurá-lo, mas o obscuro sentimento do esquecimento me angustia.

E se este livro se parecesse comigo?


nenhuma incerteza dessa vez, mas uma renúncia a certeza. É porque o discurso é também o contra-senso da raiva, mas ñ o BASTANTE.


G. Bataille

среда, јануар 24

Ele não é mais mesmo. Pergunte a ele, faça isso, pergunte a ele se alguma vez ele já foi mais, ou ainda, o mesmo, aquele de sempre.

Pergunte!

Não, não pergunte, você não quer saber, realmente. Isso tudo é só uma fantasia. Isso tudo é só a verdade. E os fantasmas são nossos guias.

Alguém tem Medo?

понедељак, јануар 22

Meu pulmão tossindo escarros parece querer me avisar de algo que deve sair daqui de dentro, urgente não por alguma necessária limpeza e purificação do corpo e quase isso emergente, de querer que saia algo logo porque deve sair, mas não sem dor sujeira catarro que leva um pouco desse meu ar expectorante.

Não sou o único que está expelindo sujeira agora é o mundo que está recebendo aquilo que me foi dado sem contrato de troca, acerto de contas, não, nada disso, porra nenhuma que o acerto de contas de nada nos vale senão se enreda pela negação de um erro para a troca, mas não, quando não há um erro, porque não há um acerto, o que se tem para expelir é exatamente isto que renitente faço agora, expectorar o ar da Cidade, jogando meu catarro na cara do Outro no espelho do banheiro no chão da sala de visitas na despensa de uma lembrança, sigo assim o que posso fazer a respeito disso que tosse contra mim, me sufoca e me alivia na espera expectorante de que o último será para sempre o último e que depois dele o que vem será a saúde bonança riqueza, não doença, nada de febre dores odores mórbidos de uma vida débil e ainda assim cuspida e escarrada. Não, quem me dirá ser possível parar com estes pigarros, algum deus algum humano?, ainda assim não, não tem ninguém, sou isso que vomita em vocês desejando o suco grosso e viscoso que salta da boca de vocês porque salta de mim e salta daqui para nossa comunhão, a substância essencial da nossa Cidade que tosse em mim e eu escarro nela, vocês não?, escarro sim como uma oração de graças a deus por existir alguma secreção que nos fixe precariamente num pegajoso mimo pulmonar, nada de cigarros nada de margaridas anjos e seus jardins queimados, o que tenho agora de mim unicamente meu e nada mais além disso uma tosse que acontece aqui e volta e revolta envolta no escarro que salta assim da garganta vindo do meu pulmão sufocado no seu próprio ar ar ar ah...!, ah não!, o que é?, eu preciso expelir isso colocar para fora o que é da substância porque o que está dentro não precisa ser guardado para que mate quem o aloja, nenhuma essência se guarda não, ela se mostra, joga-se violenta e involuntária porque assim ela é, caprichosa e sufocante essência, respiro mais um pouco enquanto atravesso a rua, de um lado cemitério do outro cemitério, um Corcovado melancólico separa a Cidade sentimental e suspiro, é preciso!, já!, eu ainda acredito nisso, no suspiro que precede o espirro, está aí nossa essência mas, grande bosta!, o Ser suspirante diz respira e pede por ar ar ar, avisa que algo vai acontecer pelo seu pulmão fonte de vida e catarro, algo pode fugir para fora dos planos, ensaia dizer o que está aí, o essencial no reflexo da Cidade, o ar que gira o peão e brincando com esse peão coloco para fora aquilo que vem de dentro porque é por fora que o de dentro me vem e fica aqui sufocando preso sempre a chiar a minha respiração para fora, não não não, preciso escarrar na valsa do mundo para ver aonde o meu fôlego suspirante pode ir se estender, assim quase até não aguentar mais, até explodir em fúria e deixar cair a essência da Cidade.

Vejo então no espelho do banheiro o reflexo de uma polpa verde que surgiu de assalto do meu pulmão em direção à boca e libertou-se no ar girando em círculos de um progressivo espiral indo grudar no vidro que nos reflete, meu ar e eu, sim o que vejo agora no espelho da Cidade é de um lado uma esmeralda verde impressionante corro para pegá-la linda e reluzente, e do outro lado um resto de abacate colado porcamente na minha frente naquele vidro ah que verde mais nojento, quem me dera não ver isso, esse abacate desgraçado, quem me dera seguir no mundo espirrando esmeraldas para os pobres de espírito, enriquecê-los com meu cuspe e meu ar já debilitado, mas não, na Cidade o abacate no quintal do pobre parece querer dizer tanto quanto a esmeralda no pescoço do rico e eu expectorante já me perdendo brincando na roda viva que gira em volta do meu escarro sem saber aonde ele vai parar assim porque eu vou puxando o ar até não aguentar socando a história disso tudo para dentro me sentindo sufocado pela minha própria respiração e já uma secreção essencial escondida na minha garganta precisa saltar para me aliviar...

Cuspi.

уторак, јануар 16

se já houvesse passado. se apenas eu ñ soubesse, e isso ñ me inquietasse. se apenas. se ela ñ estivesse ali no mesmo lugar onde sempre esteve, a espreita de mim. vc ñ me conhece. ela me traga, e me habita.


a angústia cala o grito, e meus olhos se refrescam.


deixo tudo pra quando o carnaval acabar.

четвртак, јануар 4

"Povo lindo , povo inteligente,

Em 2007 vai ser pior...
Pior para quem estiver no nosso caminho.

Então que venham os dias.
Um sorriso no rosto e os punhos cerrados que a luta não pára.
Um brilho nos olhos que é para rastrear os inimigos (mesmo com medo, enfrente-os!).
É necessário o coração em chamas para manter os sonhos aquecidos. Acenda fogueiras.
Não aceite nada de graça, nada. Até o beijo só é bom quando conquistado.
Escreva poemas, mas se te insultarem recite palavrões.
Cuidado, o acaso é traiçoeiro e o tempo é cruel, tome as rédeas do teu próprio destino.
Outra coisa: pior que a arrogância é a falsa humildade.
As pessoas boazinhas também são perigosas, sugam energia e não dão nada em troca.
Fique esperto, amar o próximo não é abandonar a si mesmo.
Para alcançar utopias é preciso enfrentar a realidade.
Quer saber quem são os outros? Pergunte quem é você.
Se não ama a tua causa, não alimente o ódio.
Por favor, gentileza gera gentileza.
Os erros são teus, assuma-os. Os acertos também são teus, divida-os.
Ser forte não é apanhar todo dia, nem bater de vez em quando, é perdoar e pedir perdão, sempre.
Tenho más notícias: quando o bicho pegar, você vai estar sozinho. Não cultive multidão.
Qual a sua é verdade? Qual a sua mentira? Teu travesseiro vai te dizer. Prepare-se.
Se quiser realmente saber se está bonito ou bonita, pergunte aos teus inimigos --nesta hora serão honestos.
Quando estiver fazendo planos, não esqueça de avisar aos teus pés, são eles que caminham.
Muito amor, mas raiva é fundamental.
Quando não tiver palavras belas, improvise. Diga a verdade.
As manhãs de sol são lindas, mas é preciso trabalhar também nos dias de chuva.
Abra os braços. Segure na mão de quem está na frente e puxe a mão de quem estiver atrás.
Não confunda briga com luta. Briga tem hora para acabar, a luta é para uma vida inteira.

O ano novo tem cara de gente boa, mas não acredite nele.
Acredite em você!

Feliz todo dia!

Coração em chamas,

Sérgio Vaz
Colecionador de Pedras"