петак, април 30

Abensonhada amiga (lembra-te...)
De intensidade infinita.
ai...
Como é romper com os limites incertos e variáveis da distância...
Carol, carol...
Belo Belo


Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.


Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo — que foi? passou — de tantas estrelas cadentes.


A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.


O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.


Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.


Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.


As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.


Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.


— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

Desconcertante momento: derretimento de faces.
Suspensão momentânea. Inegável é o ponto de partida: o outro, partes sem um todo. todo desvendamento é apenas mais um olhar distorcido. O tecer da vida aponta o constante desconexo. O desencontro se estende ao infinito e perpetua os versos daqueles que resolveram construir seu mundo ao redor da poesia.
Ouvi hoje a poesia do improvável: deleite que apenas vem sendo. O tanto fez se desprende, duvidoso.Próprio da loucura indiscernível da mistura do outro em nós.
Amiga distante, amigos pertantes. ausente no mundo me encontro a cada dia. distante. sem muitas palavras. andando por mediocridades com medo de ser insuportavelmente mais. sou menos. menos do que sou. mais do que suportariam. explodi estes dias. a saber? tanto fez.

beijos do bruno

ps: o poeta morto lança seu livro postumo ao olhar publico.

Rubro como os rostos dos rastejantes a minha volta. Esperando adormecido o despertar que já aconteceu e dá sono.Tenho estado em torpor
num mundo que só serve a provocação inútil.
Desejoso de ódio original provoco lagrimas medíocres, risíveis.
Não mais combaterei o mundo
Ele é fraco e indefeso.

Rocha Mattos


четвртак, април 29

Reflexões acerca das coisas vividas, e de pessoas ao meu redor:
Consciências dilacerada pelo excesso de realidade do mundo exterior e o sentimento de irrealidade de tudo. Tentativa louca de ajustar a relação com as coisas e com os seres, mas... ainda sabe ( pensa) que se não consegue ser um ascendente sobre o mundo, é por um defeito de aptidão, de educação e de vontade.Não é problema de um: não há um único falhado. Toda ambição humana é irrisória.

Falhei em tudo
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
(...)
Não, não creio em mim.
(...)
tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo.
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant
escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre. o da mansarda,
(...)
Serei sempre oq ue não nasceu para isso;
Serie sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta
ao pé da parede sem porta.

Álvaro de Campos.
Sensação: fonte infinita de prazer. Embala as singularidades em uma dança sem fim. Produz distância infinita, preenchida por margens controversas que se adentram e se desconcentram, se desdobram em explosões de cores, vibrações, ritmos.
As definições são bóias para corações incapazes de incomensurabilidade.
Desembrulhar-se, desencaixotar-se,
Percorrer-se prazer desconstrução do eu.
Sentir profundamente é mergulhar-se nas intensidades afloradas no existir.
Carol
Como é bom te ver passeando por aqui...
Este blog fica terrivelmente frio sem ti.
Beijos, beijos,
Saudades muitas.

среда, април 28

As sem-razões do amor

c.d.a.

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.


para um amor que, por todas as razoes, me habita.
foi o klee que desenhou e o benjamin quem escreveu. digo, a figura abaixo.
por aqui, viver e lembrar, certo? entao.
ta ai.


E.M.B.R.I.A.G.A-T.E

Deve- se estar sempre bêbado.
É a única questão.
Afim de não se sentir o fardo horrível do tempo, que
parte tuas
espáduas e te dobra sobre a terra. É preciso te
embriagares sem trégua.

Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude?
A teu gosto mas embriaga-te.

E se alguma vez sobre os degraus de um palácio, sobre
a verde relva de uma vala, na sombria solidão de teu
quarto, tu te encontras com a embriaguez já minorada
ou finda, peça ao vento, à vaga, à estrela, ao
pássaro, ao relógio, a tudo aquilo que gira, a tudo
aquilo que voa, a tudo aquilo que canta, a tudo aquilo
que fala, a tudo aquilo que geme. Pergunte que horas
são.
E o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio, te
responderão.

É hora de se embriagar !!!

Para não ser como os escravos martirizados do tempo,
embriaga-te. Embriaga-te sem cessar.

De vinho, de poesia ou de virtude. A teu gosto...

(Charles Baudelaire)
a imagem que eu postei
(eu posto?
tu postas?
ele posta?
nos postamos?
vos postais?
eles postam?)

enfim, a imagem que eu postei ontem se perdeu. acho que todo mundo deveria ver, um convite. era uma imagem de sao jorge.
Às casualidades brindo.Novos sorrisos e novos amantes.
Que não são novos a bem da verdade, mas atualizados. As permanências e as efemeridades se encontram no refazer prazeroso cotidiano e errante.

Coisa Mais Linda que Existe


coisa linda nesse mundo
é sair por um segundo
e te encontrar por aí
pra fazer festa ou comício
com você perto de mim
na cidade em que me perco
na praça em que me resolvo
na noite da noite escura
é lindo ter junto ao corpo
ternura de um corpo manso
na noite da noite escura
a coisa mais linda que existe
é ter você perto de mim
o apartamento, o jornal
o pensamento, a navalha
a sorte que o vento espalha
essa alegria, o perigo
eu quero tudo contigo
com você perto de mim
coisa linda nesse mundo
é sair por um segundo
e te encontrar por aí
e ficar sem compromisso
pra fazer festa ou comício
com você perto de mim
a coisa mais linda que existe
é ter você perto de mim

Torquato neto

уторак, април 27

Luzes

acenda a lâmpada às seis horas da tarde
acenda a luz dos lampiões
inflame a chama dos salões
fogos de línguas de dragões
vagalumes
numa nuvem de poeira de neon
tudo claro
tudo claro à noite, assim que é bom
a luz
acesa na janela lá de casa
o fogo
o foco lá no beco e um farol
essa noite
essa noite vai ter sol
essa noite
essa noite vai ter sol

(Paulo Leminski)
fim do atentado. entre mortos e feridos, salvaram-se todos.
cambio.



Escrever

Escrever
Poesia é
O ato

Mais
Sério do
Mundo.

Assim como
No amor
Tudo se

Revela.
As palavras vibram
Se são

Verdadeiras.
Como o corpo
Vibra no

Amor,
Vibram as palavras
Sobre o papel.


Tomaz Salamun


mais uma poesia roubada da cova ao lado, a dos emissarios.
bia... vc la em casa? que bom... va sempre, quando quiser.

e aquele livro da duras? como foi?
e continuo incrivelmente apaixonada. poesia nos ares, no mar, na pele.
nesses ultimos tempos chuveu muito. a agua era tanta que a gente se afundava. diziam que o coliseu, se nao fosse furado, viraria uma piscina.
enfim, o ceu de roma chorava.
mas hoje, acordei com o sol no rosto... tao bom....
uma unica blusa de frio foi suficiente para me arriscar ao lado de fora.
Depois do almoço durmimos todos no sol, fazendo fotosintese.

delicia....

entao (mais calma):

o computador la de casa se rebelou. cansou. nao obedece comandos, ainda que eu insista. ontem tentei mata-lo, mas ele tb se negou. vejamos o que faço. enquanto isso, tempo na net so existe quando venho na faculdade, o que, digamos, se torna cada vez mais raro. enfim....
gente, explico, tento:

atrasada, sempre. internet, computador estragado, impossivel. aula, ja foi, devo ir, quase desisto, todo dia. volto daqui a pouco. amor grande.

cambio? cambio?

понедељак, април 26

Contabilizar perpectivas de quem discursa a respeito da suspensão do tempo...Não me pergutem por ques por que joguei fora ontem a causalidade. Frustação e fruição que caminham cambiam unidas... busca do prazer em tudo, por que tudo deve ser sentido e sentir sempre é prazer...ainda que às vezes mascarado, disfarçado. Cada sensação, ainda que dolorida, é uma extensão do existir. Transbordar de ser. A busca da intensidade dos extremos é vivacidade-plena-suicida.

Súbita, uma angústia...
Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma!
Que amigos que tenho tido!
Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido!
Que esterco metafísico os meus prpósitos todos!
Uma angústia,
Uma desconsolação da epiderme da alma,
Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
Renego.
Renego tudo.
Renego mais do que tudo.
Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na
circulação do sangue?
Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?

Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-me?
Não: vou existir. Arre! Vou existir.
E-xis-tir...
E--xis--tir ...

Álvaro de Campos

недеља, април 25

Superficialidades profundas.
Sábado lindo iluminado e inundado de um céu estupidamente azul. Toda minha inércia se rompe pela ternura da amizade.
Almoço na casa do Bruno. Cervejas e abóbora recheada... tarde recheada de sorriso e de leveza. Tarde ensolarada que me atinge como uma brisa que dissipa momentaneamente o azul escuro em que me encontro: Insaciabilidade maior do que eu mesmo. Há um inexplicável inaudito que envolve tudo isso.
CAROL...
Este silêncio é quase um atentado!

субота, април 24

Em busca da máscara neutra, sem ego. Aderente a todas as personalidades-possibilidades. Entrega sem tamanho às sensações. Todas elas. Com desenvoltura desenlaçar-me da tentação da segurança, do conforto, da promessa de redenção. Por que impedir-me a dor me impedira na mesma medida o prazer. Escorragadia, eufórica, voluptuosa, jubilatória. Da vida, combate. Fruição que exige uma bagagem de sonhos-instantes-eternos.


Lugar em que há decadência.

Em que as casas começam a morrer e são habitadas por

morcegos.

Em que os capins lhes entram, aos homens, casas portas

a dentro.

Em que os capins lhes subam pernas acima, seres a

dentro.

Luares encontrarão só pedras mendigos cachorros.

Terrenos sitiados pelo abandono, apropriados à indigência.

Onde os homens terão a força da indigência.

E as ruínas darão frutos


Manoel de Barros

четвртак, април 22

distópicas utopias flamejantes...
medos, anseios e angústias agonizam nesse quase-limite que é o corpo.A vida do Outro são anfetaminas diárias. Muitos destroços resultaram das últimas explosões internas. Não são resíduos. São deslocamentos. Um certo cansaço do excesso de respostas facilmente digeríveis ... espaço-tempo para um certo culto às incertezas.

"Tonto, perplexo, sem rumo
um corpo sai porta afora
com pedaços de passado na cabeça
e um impreciso futuro.
No peito o coração pesa
mais que uma mala de chumbo."

Affonso Romano de Sant'Anna
sobre as pausas....



Plena Pausa

Lugar onde se faz
o que já foi feito,
branco de página
soma de todos os textos
foi-se o tempo
quando, escrevendo,
era preciso
uma folha isenta
Nenhuma página
jamais foi limpa
Mesmo a mais Saara,
ártica, significa.
Nunca houve isso,
uma página em branco,
No fundo, todas gritam,
pálidas de tanto.

(P. Leminski)

среда, април 21

Há toda uma exaustão.
Vontade de intervalo.Tanta aleatoriedade, de tanta gente, de tanto tudo, tanto tanto... Queria não estar aqui, e nem em outro lugar. Queria não estar. Derreter-me suavemente. Sem esforço. Desconfigurar-me. Encontrar o estado de pausa. Não ter um corpo.Não ter uma mente. Não ter perguntas. não ter fome. Estar livre da agonística. Abandonar-me no vácuo. Boiar. ir desacelerando até...
Se a boêmia me fosse uma escolha ( universal-concreto da minha feliz existência)...
Enfim, o melhor é rebater a ressaca.
A minha imagem, tal qual eu a via nos espelhos, anda sempre ao colo da minha alma. Eu não podia ser senão curvo e débil como sou, mesmo nos meus pensamentos.

Tudo em mim é de um príncipe de cromo colado no álbum velho de uma criancinha que morreu sempre há muito tempo.

Amar-me é ter pena de mim. Um dia, lá para o fim do futuro, alguém escreverá sobre mim um poema, e talvez só então eu comece a reinar no meu Reino.

Deus é o existirmos e isto não ser tudo.


Bernardo Soares
gente,

hoje e aniversario da hilda.
para a festa, tragam um calmante, um estimulante e um bocado de gim.
advertimos que é prevista alguma violencia. na verdade, alguns belos socos.
a festa pode durar a vida toda.


"Quando as escrevi nao bebi uma so gota. Algum gaiato dira: bebeu milhares. Nao. E espero que alguns raros tenham compreendido que e de uma outra embriagues, de um fervor descomedido, o roteiro voluptuoso destes versos. E triste explicar um poema. E inutil tambem. Um poema nao se explica. E como um soco. E, se for perfeito, te alimenta para toda a vida. Um soco certamente acorda e, se for em cheio, faz cair tua mascara, essa frivola, repugnante, empolada mascara que tentamos manter para atrair e assustar. Se pelo menos um amante da poesia foi atingido e levantou de cara limpa depois de ler minhas esbraseadas evidencias liricas, escreva apenas isso: fui atingido. E ai sim vou beber, porque ha de ser festa aquilo que na Terra me pareceu exilio: o oficio de poeta"

уторак, април 20

Poema Pial


Toda a gente que tem as mãos frias
Deve metê-las dentro das pias.

Pia número UM
Para quem mexe as orelhas em jejum.

Pia número DOIS,
Para quem bebe bifes de bois.

Pia número TRÊS,
Para quem espirra só meia vez.

Pia número QUATRO,
Para quem manda as ventas ao teatro.

Pia número CINCO,
Para quem come a chave do trinco.

Pia número SEIS,
Para quem se penteia com bolos-reis

Pia número SETE,
Para quem canta até que o telhado se derrete.

Pia número OITO,
Para quem parte nozes quando é afoito.

Pia número NOVE,
Para quem se parece com uma couve.

Pia número DEZ,
Para quem cola selos nas unhas dos pés.

E, como as mãos já não estão frias,
Tampa nas pias!

fernando pessoa
Fui criança hoje... e vi com os olhos recém abertos toda a beleza do mundo pessoas. Não há mais medo de comenter os mesmos erros...o grande erro é a economia de vida. E então... tive vontade de voltar pra casa... a noite continuou, mas voltei para mim...com certeza de que também fiquei por lá. certeza de que deixei um pouco do que não sei que sou com a noite que continua...certeza de que trouxe dos outros algo roubado: vontade de encenar aquilo a que dou valor.


Virulência



Vive-se
de qualquer jeito
morre-se
por qualquer nada

a tudo
estamos sujeitos
em todos
um inseto pousa e caga



Chagal
Entrelaçado céu de instantes virtuais...
conversa surreal quase insustentável: presença distante, de força inesgotável.
depois de tanto, sarau de imagem.
E o outro do outro do outro... carinho indefinível. Bolhas de sabão tem superfície fractal... círculos perfeitos são supreendentemente incomuns...o dia a dia supera a uniformização imposta. Entre linha e superfície, máscaras (turbulências) vivenciam o deslocamento sem-fim... Por que tudo nos pede uma nova cerveja ( momento de suspensão) Há algo (sensibilidade) que nos impede de abrir mão da delícia do reconhecer-compartilhar...
Por que de tudo resta o resto que somos...

понедељак, април 19

so um carinho:
adorei bia nos lembrando do caeiro...
gente,

ontem o computador nao quis mais entrar na net. talvez tambem tenha sido muito para ele: imagem do amor em tempo real, encontro encantado com vcs.

enfim, as maquinas desistem antes dos homens.

nos vermos depois, nos vemos sempre.

beijos ensolarados, molhados da chuva de roma.
que lindo, bia...

te imagino toda colorida, de coisinhas no cabelo, mexendo no brinco. saudade...
te pinto como essas imagens, fazendo de amizade, a arte e a vida.
amores, ternuras, encontros, permanencias, sorrisos transoceanicos.

amo vcs.
Para as pessoas que me causam incêndios cotidianos, deixam meu coração na boca, e me fazem renascer das cinzas...

Presença em Pompéia


Esta conta não pagarás:
— ficará sob uma cinza que não sabes.


Sob a cinza que ainda não sabes
ficará teu filho por nascer
e também os meninos que já sabiam desenhar nos muros.


Ficarão os figos que ontem puseste na cesta.
Ficarão as pinturas da tua sala
e as plantas do teu jardim, de estátuas felizes,
sob a cinza que não sabes.


Os gladiadores anunciados não lutarão
e amanhã não verás, próximo às termas,
a mulher que desejavas.


Tu ficarás com a chave da tua porta na mão;
tu, com o rosto da amada no peito;
amo e servo se unirão, no mesmo grito;
os cães se debaterão com mordaças de lava;
a mão não poderá encontrar a parede;
os olhos não poderão ver a rua.


As cinzas que não sabes voarão sobre Apolo e Ísis.
É uma noite ardente, a que se prepara,
enquanto a luz contorna a coluna e o jato d'água:
— a luz do sol que afaga pela última vez as roseiras verdes
pelos silêncios...
queria tanto falar escapando. Precisamos jogar as estátuas pelas janelas. Toda rígidez, toda monumentalidade, disposição castradora, engessante, deve se diluir na plasticidade do riso. E se transformarmos o conhecido em desconhecido, poderemos, desfigurados, derramar a sensibilidade que habita o intervalo entre a vontade e a incapacidade de escrever, essa coisa sem nome que mora dentro de nós.

недеља, април 18

inventar o initeligível. por em suspenso todas as limitações. reviver cotidianamente todas as controvérsias. transformar o vivido em cor. vibratório e ondulante. fazer do caminhar busca pelo entremeio, pela margem do meio. escrever tornando concreta a multiplicidade dos tempos vividos e superpostos. Como... ( o inverso descontínuo como objeto de troca).
Arco
Carlos Drumond de Andrade

Que quer o anjo? chamá-la.
Que quer a alma? perder-se.
Perder-se em rudes guianas
para jamais encontrar-se.

Que quer a voz? Encantá-lo
que quer o ouvido? embeber-se
de gritos blasfematórios
até quedar aturdido.

Que quer a nuvem? raptá-lo.
Que quer o corpo? solver-se,
Delir memória de vida
E quanto seja memória.


Que quer a paixão? detê-lo.
Que quer o peito? fechar-se
Contra os poderes do mundo
Para na treva fundir-se.


Que quer a canção? erguer-se
Em arco sobre os abismos.
Que quer o homem? salvar-se
Ao prêmio de uma canção.
Tornar a linguagem possivel significa isto: fazer com que os sons nao se confundam com a qualidade sonora das coisas, com o barulhinho dos corpos, com suas açoes e paixoes. O que torna a linguagem possivel é o que separa os sons dos corpos e os organiza em proposiçoes, tornando-os livres para a funçao expressiva.

logica do sentido, do deleuze
Volta em aberto

Ambígua volta
em torno da ambígua ida.
quantas ambiguidades
se pode cometer na vida
quem parte leva leva um jeito
de quem traz a alma torta.
Quem bate mais na porta 
quem parte ou quem torna

leminski.

Carol: ( pq nunca te encontro on line... saudade)
estamos indo e voltando, sempre. O desafio é a confeccção da escritura que caiba a grandeza da Alice, e que não seja alheia à sua pequenez... Levar ao outro, sem submete-lo. Recusar o denominador comum. Sem perder a companhia ( sorriso) do outro. Bato à porta:( des) caminha comigo...
Quando digo "Alice cresce", quero dizer que ela se torna maior do que era. Mas por isso mesmo ela tambem se torna menor do que e agora.

logica do sentido, do deleuze
aline: eu concordo.

субота, април 17

"Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!"
Encenação plena de mim mesmo. Amontoado de ruínas enfeitiçadas, prontas para serem invadidas. Tanto para fazer e tanta preguiça para sentir... A vida de quase-silêncio não aplaca a fúria promíscua; assim como a tagarelisse não sofistica as máscaras.
E agora...( rindo de (para)
mim e de todos transbordados de errância) resolvi:
Não mais usar a palavra para buscar o igual, cansaço da palavra-conceito. chega da linguagem-máquina, mecânica, clara, precisa. Não quero mais compartilhar o mesmo idêntico. Nunca mais vou concordar. Nem construir consenso. Isso mesmo. Não me comun-icarei com ninguém.
Quero a face da diferença, o rosto- movimento. Não ter paz por não ter reconhecimento. A minha insignificância é apenas o reverso das coisas.
Ai... (palavra-disfarce).
(...) destruição não é perda, e a fratura impossível: basta um olhar, para que o mundo se torne encanto.



A Espantosa Realidade das Cousas


A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.

Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais. naturalmente.

Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

Alberto Caiero
Nada deve se cristalizar:somos apenas devir.Disfarce. Dança. Riso. Leveza. Soma de desconstruções. Esquecimento e criação. Potência de sedução. Perturbar a si e ao outro. Sempre. Sem seriedade. desfigurar nossos rostos tão e quão subversivamente que não nôs reconheçamos mais no espelho- reprodução. Buscar não o consenso, mas a apropriação (roub

петак, април 16

o amor virou experiencia.

четвртак, април 15

para se afastar dos "olhares sem a flecha certeira do ver, olhares sem a potência do arco", visite JA:

http://www.kafka-sumiu.blogspot.com/
na pascoa passei por assisi, cidade de sao francisco.
linda, pequena, misteriosa: cidade medieval com vestigios romanos.

a igreja era enfeitada por gioto. ou sera que gioto era enfeitado pela igreja?



gente,

vcs tem fotos de vcs?

fome de imagem. fome de imagem.
Tormento indizível...somos todos guerreiros. Na luta pela luta, pelo prazer de estar somente, pela desmedida vontade de sentir...alívio momentâneo: só mais uma cerveja. Busca infinita. e tão longe a gente vai pra desnudar aquilo que sempre esteve. Ou nunca. Multiplicidades aumentativas provocadas por deslocamentos condensados...ou sublimados...A doçura percorre oceanos em (des) linhas virtuais para me lembrar todos os dias que carinho é intersubjetividade concreta.


objeto sujeito

você nunca vai saber
quanto custa uma sasudade
o peso agudo no peito
de carregar uma cidade
pelo lado de dentro
como fazer um verso
um objeto sujeito
como passar do presente
para o pretérito perfeito
nunca saber direito

você nunca vai saber
o que vêm depois de sábado
quem sabe um século
muito mais lindo e mais sábio
quem sabe apenas
mais um domingo

você nunca vai saber
e isso é sabedoria
nada que valha a pena
a passagem pra pasárgada
xanadu ou shangrilá
quem sabe a chave
de um poema
e olhe lá.

Leminski
Pessoas... o blog tá lindo, lindo com essas imagens...

среда, април 14



cena de cinema que aconteceu ontem.
aline!
te liguei de supetao para ver se conseguia pular todo esse mar num segundo e te ouvir falar e entao diminuir a saudade que ta grande, grande.....
ou seja: queria, absurdamente, ouvir sua voz.

mas esses minutos passam mais rapido no telefone. podemos combinar de encontrar no msn. nao tem voz, mas tem mais tempo. ai, essas escolhas...

e entao? bia? combinamos?

beijo todas vcs
as palavras me faltam.

saudade.

уторак, април 13

tantas coisas...

aline: acho que vc envia as mensagens certas para os e-mails certos nessa confusao de endereços que arrumei nesse lugar longe. ou sera que inventei que eram os lugares certos depois de ver suas mensagens? Enfim, adoro te ler!

bia: que bom que vc conseguiu postar imagens!!!
E hoje sinto que a realidade é algo abstrato e impossível...Até mesmo inútil.
Chego a discorrer horas comigo mesmo na fulgacidade feliz que é o outro que invento todas as horas, para me desafiar e me satisfazer. E dessa bobagem hedonista há muito perdi controle, definitivamente indefinido. Das bordas que tinha me desprendo na loucura cotidiana, tagarelar inconsequente. Subversão ilógica e apaixonada. Transbordada de mim, encontro.


Mas há a Vida


Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida,
há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.

Clarice Lispector
cotidianidades...
Discutir educação ( ótimo esporte!)
Lyotard e Barthes, delícias...
Ser perseguida por loucos fanáticos...uns me dão bombons, outros querem me apedrejar...
Wilde para aprender inglês...
As conversas na cantina me indicam que o futuro é negro, e apenas me enchem de vontade de ficar ali tomando café para sempre... mas a vida continua e agora tenho três pesquisas e uma paquera.
Muitos sonhos e saudades...
e uma enorme vontade de perverter o mundo!
saudade e coisa infinita mesmo. cresce igual esperança.
ontem fiquei com uma vontade alucinada de estar na fafich tomando cafe de tarde. sentada, fumando, tomando cafe e falando bobagem....

e entao os encontros deliciosos.

ai, ai...
Carol querida! Muitas saudades!
te adoro muito!
estar no outro é redistribuir,fendas abertas que trazem, na margem oposta uma outra felicidade. Na alternância das margens se vive, do compromisso que as duas encenam se goza. A vontade da outra margem não é apenas a falta, mas antes de tudo a busca: interstícios. Fendas subversivas inconfessáveis e eterno efêmeras...
aí está a única realidade que quero.


Seja o que For

Da minha pessoa de dentro não tenho noção de realidade.
Sei que o mundo existe, mas não sei se existo.
Estou mais certo da existência da minha casa branca
Do que da existência interior do dono da casa branca.
Creio mais no meu corpo do que na minha alma,
Porque o meu corpo apresenta-se no meio da realidade.
Podendo ser visto por outros,
Podendo tocar em outros,
Podendo sentar-se e estar de pé,
Mas a minha alma só pode ser definida por termos de fora.
Existe para mim — nos momentos em que julgo que efetivamente
existe —
Por um empréstimo da realidade exterior do Mundo.

Quando digo "é evidente", quero acaso dizer "só eu é que o vejo"?
Quando digo "é verdade", quero acaso dizer "é minha opinião"?
Quando digo "ali está", quero acaso dizer "não está ali"?
E se isto é assim na vida, por que será diferente na filosofia?
Vivemos antes de filosofar, existimos antes de o sabermos,
E o primeiro fato merece ao menos a precedência e o culto.

Alberto Caeiro
meu msn estragou. estragou! e eu nessa terra longe... vou ver se resolvo.

понедељак, април 12

Palindromo do amigo

"Amor a Roma"

Amora, roma:

Amor a Roma.

Amor, aroma:

Amor a Roma.

субота, април 10

para onde foram todos vcs?

петак, април 9

costa avila,

amor amar ama ar a mar. aqui, la. sempre.
alguem me ajuda a entender essa ausencia?
queridos...

vou viajar. Siena e Florença na Pascoa. Delicia, ne?
conto os sorrisos depois.
e mando fotos. (em que lugar do mundo se perdeu esse cabo?)

beijos cheios de saudade

четвртак, април 8

entao, comprei um mobile:
3384487566


e agora tenho endereço novo tb:
Via Vialle Scrivia 14
Scala 13 interno B
Roma 00141

espero noticias, mensagens, cartas e (sera?) visitas!

beijinhos
Quase esquecia...
Seja bem-vinda Flora!!!
Ai...
vida entrecortada de absurdos e encontros casuais.
Ganhei um poema japonês.
E uma nova pesquisa. Vida a cru.
Mas o que me importa mesmo são as profundezas mudas dos corações frenéticos, que se aparecem em assuntos levianos. Ou quase.
Reina nesse mundo a antítese. Isto basta ( ?).
Atolada de trabalho e de vida.



Distâncias Mínimas

Paulo Leminski

um texto morcego
se guia por ecos
um texto texto cego
um eco anti anti anti antigo
um grito na parede rede rede
volta verde verde verde
com mim com com consigo
ouvir é ver se se se se se
ou se se me lhe te sigo?
IXI!
As pornografias e os pés foram assuntos distintos. Unidos, só no blog... e na cabeça no Henfil!

среда, април 7

уторак, април 6

bem vinda!!!
flora???
carolzinha! q bom q finalmente deu certo!!
Pequenos grandes deleites:
- Ficar dançando loucamente na frente do espelho e rir das proprias caretas.
- Olhar em volta e se ver em um lugar completamente estrangeiro: o meu quarto.
- Lembrar do tempo em que tudo isso era sonho e comemorar a realizaçao do desejo.
- Ficar com vontade de beijar um amor que esta distante e encontrar suas palavras no computador.
- colocar Janis Joplin no som e ficar dançando na sala.
- Ir correndo para a varanda e de repente ROMA!! uau! Estou mesmo em Roma!
- Ficar olhando a paisagem para ter certeza da pequenez dos olhos.
- Ouvir radio e tocar chico buarque!

ta ai, bia! Picasso...
ai!
que alegria ver todo mundo aqui!!

Poesia "atrevida" para celebrar a descontração pornográfica de ontem no cabral´s.
Um brinde`a alegria da orgia verbal!!!!

( Bruno... pés feios podem ganhar o mundo?)

ORAÇÃO AO PÉ FEMININO

Vem com pés de lã passear pelo meu peito.
Vem de manso ou de repente, pé de anjo, vem de qualquer jeito
Domar o meu espanto
de ser subjugado sob os pilotis das coxas do objeto
amado.
Vem com uma pulseira de cobre nos artelhos,
exorcizar os mil demônios
que se enroscam entre os meus pentelhos.
Vem ser lambido, lambuzado, entre os dedos,
vem girar os calcanhares no meu rosto,
torturador sádico
querendo extorquir segredos.

Vem me submeter a tua tirania sem idade,
vem violentar
e ser violentado,
cair de pé, em pé de igualdade.
Vem com teu exército de dedos sobre mim perplexo.
Vem pedestal.
Vem sereníssimo esmagar a cabeça de serpente do meu sexo.
Henfil
Amigos!
Imprecisa e gigantesca é a alegria de ver este blog!
(...)
imensurável é o que está dentro destas reticências...
Indiziveis.... estranhamente entendidas.
Há urgência de diversão! Afundo-me e afogo-me em escrevinhações coletivas...virtuais...só para sair, estridente, cantando a alegria do outro que mora em mim, raptado que foi por meus olhos e corpo sedentos de todos. Olhos intranquilos, breves e profundos. Com tudo sou conivente e de tudo sou crítica. Silêncios, palavras, desenhos, sons, gestos...estou onde há o
menor sinal de vida...


Do supérfluo


Também as cousas participam
de nossa vida. Um livro. Uma rosa.
Um trecho musical que nos devolve
a horas inaugurais. O crepúsculo
acaso visto num país
que não sendo da terra
evoca apenas a lembrança
de outra lembrança mais longínqua.
O esboço tão-somente de um gesto
de ferina intenção. A graça
de um retalho de lua
a pervagar num reposteiro
A mesa sobre a qual me debruço
cada dia mais temerosa
de meus próprios dizeres.
Tais cousas de íntimo domínio
talvez sejam supérfluas.
No entanto
que tenho a ver contigo
se não leste o livro que li
não viste a rosa que plantei
nem contemplaste o pôr-do-sol
à hora em que o amor se foi?
Que tens a ver comigo
se dentro em ti não prevalecem
as cousas — todavia supérfluas —
do meu intransferível patrimônio?
Henriqueta Lisboa
Claro


claro, né?
É!

com certeza!
claro!

verdade
certamente...

(redundância é abundância)


Costa Ávila

Beleza e verdade
Emily Dickinson - Tradução de Manuel Bandeira

Morri pela beleza, mas apenas estava
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade,
Era depositado no carneiro próximo.


Perguntou-me baixinho o que me matara.
– A beleza, respondi.
– A mim, a verdade, – é a mesma coisa,
Somos irmãos.


E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.



esse poema ta la no blog da cova ao lado, o dos emissarios.
como administradoras podemos escolher em qual horario do mundo queremos nos expressar.


informo aos usuarios que nosso horario e o mesmo que marca os relogios das pessoas que andam pelas ruas de Bagda.
Florinha! Ela mesma!
uau!
aguardem as palavras dela por ai...
pessoal:

para postar imagens, é assim: tem que ter a imagem em
outro lugar na internet.
aí vc clica na imagem com o botão direito e pega a url
dele. ctrl-c;
então vc escreve assim no lugar de postar:
< img src="URL">
tem que por a url entre aspas e colocar esses simbolos
de menor maior em volta.
no mais, gerais.
adorei aline passar o final de semana tomando cerveja e colocar bibliografia para a bebedeira depois... ririririr...

bia, escreve sempre? desculpe o msn. net e caro demais nesses cafes.

fui numa festa sexta-feira (venerdi): musica eletronica num predio do XVII. gin tonico e porre à italiana.
notas no blog:
ou
eu tentando olhar para o para o umbigo (ambiguo?):
ou
tentativa de espelho:

- roma e veramente linda.
- percorro varios abismos todo dia.
- mudei de casa tb.
- barco, aqui, habita montanha.
- os espelhos de roma sao um pouco desfocados. ou sera que sou eu?
- ler literatura nos olhos estrangeiros e ver magica.
- desdobramentos do amor me invadem.

понедељак, април 5

Errância. Errar na vida e pela vida. Errar é deslocar-se em deslocamento. Graça de viver horas a fio...por que nunca chega ponto final. Fugir da vida para a própria vida e fazer dos tempos e dos ventos: intensidade. Rumores ciganos desenham cenas entorpecidas que se enchem, entornam-se, não se sustentam. A vida não tem vértebras.
Errâncias para todos!



Errando no Museu Picasso


Picasso
erra
quando pinta
e erra
quando ama.
Mas quando erra,
erra
violenta e
generosamente,
erra
com exuberante
arrogância,
erra
como o touro erra
seu papel de vítima,
sangrando
quem, por muito amar, fere
e sai ovacionado
com banderilhas na carne.

Pintor do excesso
e exuberância,
Picasso
é extravagância.
Ele erra,
mas nele,
o erro
mais que erro
- é errância.

Affonso Romano de Sant’Anna
Do que sou


Pensei em arrancar folhas desagradáveis de meu caderno
não o fiz
não teria mudado o conteúdo das palavras
que perdidas na memória
tornariam-se falhas perfeitas

nada deve ser perfeito


Costa Ávila
Carol: te adoro tb!
Ñ se esqueça mandar o endereço novo, hein?!
Fim de semana ímpar:
Sexta de muitas cervejas de 1R$ no 1 real... Glacial.
Sábado: festa à fantasia ( eu de MC Punk Feliz...) e muitos gins...
Domingo: churrasco e mais algumas cervejas!
De toda essa " leveza" restou- me ainda algum vestígio de estômago que grita, enlouquecido, para que eu cuide melhor dele...rsssssss.

"Eu recomendo pão, carne, vegetais e cerveja."
Sófocles.

Os olhos se reconcentraram, desatinados,
espiralados cigarros, suspensos em ascendentes fumaças.
Altivez do corpo torneado, valsando em vermelho e negro.
Vestidas de infinito, minhas verdades nômades servem aos deuses e demônios, por que erram em si mesmo:riso, combate, mistério.
Majestade.


Assombros

Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.

Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.

Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.

Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.

Affonso Romano de Sant’Anna

недеља, април 4

meninas...
saudade de vcs. hoje mudo de casa, o dia todo carregando caixas em mais uma mudança aqui. transloco.
esse cpu e uma bodega e nao quer abrir o hotmail e e la que estao as instruçoes para colocar imagem aqui. mando logo.

no mais, gerais. saudades grandes, sorrisos.

четвртак, април 1

Tarde na fafich. (...)
Impaciência.
Vou sair de noite e dançar ( e...) até gastar ela toda.
Daí, amanhã ( aula do Nietzsche) explico para o professor o que é vontade do potência.

Inconstância, inconsistência, instabilidade. desquilibrio, descompasso, desconstrução. des( cansaço)??. Persistência impossibilitada pela efemeridade. Ou fastio do sempre que enche mas não satifaz? A falta de paciência encheu tanto o dia de hoje que até o dia pareceu bonito demais...
( ainda assim ganhei vários sorrisos. os almocei.)


Vim para aqui repousar,
Mas esqueci-me de me deixar lá em casa,
Trouxe comigo o espinho essencial de ser consciente,
A vaga náusea, a doença incerta, de me sentir.

Sempre esta inquietação mordida aos bocados
Como pão ralo escuro, que se esfarela caindo.
Sempre este mal-estar tomado aos maus haustos
Como um vinho de bêbado quando nem a náusea obsta.

Sempre, sempre, sempre
Este defeito da circulação na própria alma,
Esta lipotimia das sensações,
Isto...
Ah, não sabias,
Felizmente não sabias,
Que a pena é todos os dias serem assim, assim:
Que o mal é que, feliz ou infeliz,
A alma goza ou sofre o íntimo tédio de tudo,
Consciente ou inconscientemente,
Pensando ou por pensar
Que a pena é essa ...
(Era um dia de sol pelos campos e eu dormitava, sorrindo.)
Alváro de Campos
notas sobre ? :

- o que vcs fariam se um genio as encontrassem na esquina?
- qual a possibilidade da existencia de teletransporte?
(nao me digam que a possibilidade da existencia de um teletransporte e a mesma que a de um genio nos encontrar na esquina. isso e um blog de poesia, certo?)
Ultimo suspiro


a muito o poeta se encondeu de si
escondeu-se tanto que esqueceu de ser poeta
e de tanto esquecer
viu poesia sorridente
infelismente
não era eu


Costa Ávila


O amor passou por aqui e me contou como e que fazia para encher de azul esse lugar...
ta ai... picasso.


Cotidianeidades:
Alteridades em questão.
Músicas e performances palestrais.
Cabral´s lotado nos obriga a procurar novos copos sujos.
Bebendo num boteco x : Bia, Aline, Flora e Ba.
Subversão e movimento estudantil.
Alteridades em questão.
Queridos!
Euforia...sinto meu sangue em cada parte do meu corpo, intensamente. Brincar de ser todo, brincar de ser parte. Fingir sendo. Sendo brincando de fingir. A vida anda tão tão...acho que outono ( dias absurdamente belos, céus de acordar mergulhando na manhã azul de piscina). Acho que descoberta, do novo no conhecido , do conhecido no novo. tentativa diária do veneno que não mata, seduz.
clarisse lispector para vcs. Estou de metalinguagens.



Quero Escrever o Borrão Vermelho de Sangue



Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder
Porques...nem sei!
Tudo que leio e vivo carece de uma explicação...
Tudo que sou e faço quase nem tem nexo...
absurdos fulgazes são as coisas que me trazem prazer e delas vivo. Me alimento dos cotidianos que nem fazem sentido. Estão todos dispersos, flutuantes e fluidos. Estou a tentar, estive sendo, sou tentando.
Mais leminski, por que resolvi n devolver o livro! ( por enquanto)

razão de ser

Escrevo.E pronto.
Escrevo porque preciso.
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo por que amanhece,
e as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e norde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por que