среда, фебруар 23

Vinícius disse, tomando um gole de uísque:

- É curioso, a alegria é um sentimento, uma atmosfera de vida, nada criadora. Eu só sei criar na dor e na tristeza, mesmo que as coisas que resultem sejam alegres. Não me considero uma pessoa negativa, quer dizer, eu não deprimo o ser humano. É por isso que acho que estou vivendo num momento de equilíbrio infecundo do qual estou tentando me libertar. O paradigma máximo para mim seria: a calma no seio da paixão. Mas realmente não sei se é um ideal humanamente atingível.
Acontece que detesto tudo o que oprime o homem, inclusive a gravata.
Eu desejaria alcançar outra coisa.Isso de calma no seio da paixão. Mas desejaria alcançar uma tal capacidade de amar que me pudesse fazer útil aos meus semelhantes.
(...)
Meu poema é em duas linhas: você escreve uma palavra em cima e outra embaixo porque é um verso.
É assim:

Clarice
Lispector

Se a felicidade existe, eu só sou feliz enquanto me queimo e quando a pessoa se queima não é feliz. A própria felicidade é dolorosa.


http://www.geocities.com/Paris/Concorde/9366/entrevistas/vinicius.htm

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