субота, септембар 3

Era hora de sair só. Encostar a cabeça na janela do taxi e mandar apenas seguir, aproveitando os ultimos momentos da falta absoluta de destino. Depois, vira aqui e ali, para e paga. Ando um pouco a pé. Percorro meia duzia de bares tendo idéias perversas. A perversidade me vem assim, como mensagens de oráculo, dessas que só são decifradas quando já é tarde demais. Destilados. OS fermentados sempre me pareceram sociáveis em essência para se degustar só. Aquele amargo transparente da vodka cabe muito melhor ao que vivo agora. A delícia e a dor de estar só, à deriva. A presença intermitente de cantadas baratas é um privilégio e uma desvantagem dos meus 23 anos. Acho que envelhecer me dará a chance de poder andar um dia sem que ninguém me note. Por enquanto, carrego olhares, às vezes como fardo,às vezes como troféu.

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