недеља, септембар 9

Ela me disse que não mais voltaria a usar aquela roupa. A noite anterior tinha sido intensa e acordar hoje foi tarefa de sobrevivência. Olhar para o armário e encontrar o lindo longo vestido ali estendido sem seu corpo apenas máscara de uma fantasia real, sem alma, sem vida, sem curva, sem sexo, sem sim, oh yes, sem sim.

No rádio tocava um samba, e ela não sabia aonde estava nem como acabara a noite ali. Ou tudo seria um dos começos dessa história, que não tem nada de original, nem pensa no que é, não sabe fazer a si se não pelo que some, escapa, fere e corta. Ou tudo poderia ser um desses infinitos que inquieta os desajustados, os perturbados, gente que não tem muito a perder senão a (há) perda.

Haviam feito um corte no seu peito. Como?

Não sabia quem ou por que fizeram aquela maldade com ela. Quem poderia fazer uma coisa assim com uma criança tão adorável?

Do corpo cansado passado ultrapassado por tanto afago, um afeto violento sem culpa e sem desculpas, sem medo e porquê, sem nada e sim, oh yes, sim, excesso de todas essas coisas. Ele poderia foder com o mundo, transar sobre a terra entregue aberto numa orgia de dois três cinco cem dez mil gerações juntas entrando pelos seus poros, pelo seus sentidos, narina, ouvido, boca, pau, quem sussurra, ah, eles entram pelo seu cu por todo seu corpo movimentado, agitando e testando todas as suas fibras, diluindo o seu sangue em mil outras orgias tão pouco naturais. Seu corpo repousa despedaçado sobre a terra.

Da terra vem a cana de açúcar que fabrica o álcool que faz o fogo e queima a terra.

Das mãos sai o mal sai o bem sai o bom e o injusto. Sai nada, oh não, sai nada.

Sou forte e bruto, e um pouco mentiroso, amada. Saia! Amada!

Seu corpo explode sobre o chão da terra como fogo de artifício. Suas mentiras deixavam todos cada vez mais irritados. Quando a natureza começaria afinal a ser contada?

1 коментар:

Анониман је рекао...

"Pegue o vestido estampado,
guarde pra um carnaval,
guarde, que eu nunca te quis mal.
Até o feriado.
Quarta-feira de cinzas.

E tá tudo acabado".