четвртак, август 17

Os primeiros anos da minha vida suscitaram em mim o gosto pela aventura. Papai me dizia que desde pequeno, eu ainda lembro do que ele dizia, desde pequeno eu brincava de esconde esconde de uma maneira diferente das outras crianças. Meu jogo se particularizava, na atenção que papai me dedicava da janela a brincar, em conflitos invisíveis, inexistentes mesmo para os demais da brincadeira. Em algum lugar, em algum momento da peça de esconder, meu jogo mudava de sentido e ia em direção a uma aventura efusiva e solitária. Nesse fervor quase sempre eu diluia a imagem das outras crianças em nuvens árvores cenário chão deuses armas personagens combatentes de uma guerra carnal.

Papai me dizia isso, como eu ainda lembro escutá-lo me dizer isso, como, como, aquele ar folgado, com o olho direito meio cerrado sobre mim a descobrir me revirar, eu diminuto diante dele e lá, por cima, ele a me visar como quem olha algo pela lente de um microscópio e tenta relatar o que vê em minúcias verbais detalhes que encaixam as palavras para dar o sentido daquela luminosidade vista, papai me encarava assim, como quem estuda um ser minúsculo, em segredo, quase sincero. Penso que papai hoje gostaria de me colocar numa grande mesa com lupas gazes e bisturi ao lado e examinar parte por parte dessa fantasia que me tornei. Será papai?

"Então você saberá de tudo um dia", papai falou.

Será papai?

1 коментар:

Анониман је рекао...

e vemos que agora
está exatamente nisto:
enquanto ele é
de já não mais ser
o agora que ora nos mosra
é um ter-sido
e nisso está sua verdade:
ele não tem a verdade do que está sendo.
Mas é verdade isso
de ele ter sido.
mas o ter-sido não fica sendode fato uma essência:
ele não é
e nosso afazer era o ser.