понедељак, август 7

O som, a tv, o pc. Na mesa um livro cheio de margens. O caderno amarelo. A gaia ciência. Reflexões sobre a destruição da experiência e a origem da história. Uma mensagem que nunca chega. Bossa nova. Um cigarro aceso. Clarice lispector. marcadores coloridos. Exercício de francês.a paráfrase: o ponto,linha e superfície. A negação da negação. Agora jazz. Na cabeça deveria estar Kant, Aristóteles, Heidegger, Hegel. Mas o pensamento escorrega.Sempre detestei domingos. Estou com raiva, constato; meus olhos deslizam. Se foque, Aline. Se foque. Mas a poesia me surge como oração, de-cór, intensa, plena, lúcida. Vêm de rompante, a dizer que mereço tomar uma cerveja, preciso beber alguma coisa rapidamente. Suas linhas ainda não corpóreas. Elas surgem e as leio no ainda não escrito:" Estou cansado, é claro,/Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado. / De que estou cansado, não sei: / De nada me serviria sabê-lo,/ Pois o cansaço fica na mesma. / A ferida dói como dói / E não em função da causa que a produziu. / Sim, estou cansado, / E um pouco sorridente / De o cansaço ser só isto — / Uma vontade de sono no corpo, / Um desejo de não pensar na alma, /E por cima de tudo uma transparência lúcida /Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo. / Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto, / E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá, / Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa." Ainda toca jazz. Anda, tenho que estudar. ainda há um bar aberto? há de ter. há de ter.

1 коментар:

Анониман је рекао...

lindo e triste, vai.