среда, март 22

Qual a diferença real entre suicídio e homicídio?

Não tenho nome. Ele não tem nome. Não é possível a ninguém o nome. Não. Também não vemos ninguém neste lugar. Não há nada para se ver aqui não. Triturado, o cigarro acesso era uma luz. Não tem luz. O cigarro acesso era chama e fumaça. Em você era desejo, alívio, vício, mal, costume.

Dois. Não. Único. Tudo. Exceção.

Na janela, a espreitar o corpo, o desejo, o vício, o mal, o costume e a doença, estava não. Não estava ninguém também naquela mesma noite ainda na janela. Ainda não. Foi somente por um acaso que o corpo pediu o escuro do cigarro que não é luz que não quer iluminar. Não foi acaso. Não? Do outro lado o desejo do cigarro não era o mesmo desejo do olhar, da luz, e da sua falta. Não havia cigarro lá. Nem luz. Não havia nada, até então. De um lado cigarro do outro não, eles se olhavam, mas se recusavam a ser vistos.

Essa cena se repetiu uma duas três quatro cinco seis vezes: janela noite luz sua falta cigarro boca fumaça desejo.

Ele te conhece. Não: ele conhece ele você.
Você o quer? Não. Ele te quer? Não: ele quer ele você.
Ele pode? Não. Mas ele não espera, não aguarda; ele avança sobre você, ele olha para você. Ele só sabe ele você. E você? Não.

Uma noite sem você. Sem ele você. Sem dúvida, você já não é você, nem ele, nem ele você. Não. Você ele. Você aparece. Seu corpo já traga o cigarro, já sente o desejo que queima a garganta. Aquele é ele. Não. Aquele é você ele. A janela é desejo, o cigarro é escuridão, a fumaça é noite, a boca é luz.

Dia após dia. Não. Seu encontro é noturno, às escuras, com o cigarro (ora, não seja covarde! com quem?). Noite após noite seu encontro era com ele. Não era. De fato, seu encontro era com você ele. E o dele? Não: com ele você. Com quem afinal? Quando vocês, os dois e seus múltiplos, permitiriam, finalmente, um encontro de todos com ninguém? Não? Essa era a sua pergunta. Não, era a sua angústia. Seria a dele? Não.

Na décima quarta noite, após o primeiro olhar, ele você não suportou mais tanto esperar. Queria seguir, avançar, como ele sempre avançara, sempre. Não: você também deve confessar que passou a ir ao encontro dele. Foi chamado para olhar o corpo, a janela, ele. Mas ele não suportava mais tanta vontade, tanto guardar, não resistia mais a ele você. E mesmo que sentimento semelhante não rondasse sua cabeça, ainda que você quissesse ser somente não, você e você ele, talvez, por quê não?, ainda que seu corpo fosse feito de vício e de olhar, matéria desejo e desgaste, ainda assim, você nada poderia ter feito naquela noite, naquela sua décima quarta e última noite. Sua? Não. Dele? Não.

O vidro estilhaça: agora cacos no chão você irremediável. O disparo acertou seu peito em cheio manchando de sangue o corpo viciado caindo caído não sei aonde segura, não... Você rosna, somos dois animais tão inimigos, sou eu sozinho tudo o que ninguém jamais poderá transpor o corpo profanado pela própria merda puído pela vontade de quem vem e passa antes de chegar em algum lugar morrer morrer morrer é a minha vontade desde que olhei você, ao fim você ele, não ele você, não não não agora ele apenas você miseravelmente morto, não ainda vivo, você não se liga a ele e na sua apocalíptica hora de dor e morte você se despede de tudo quanto é possível oferecendo a sua morte a ele com o brinde de quem bebe o próprio sangue em luto e na ressurreição. Ele morreu. Não. Você. Não. Quem morreu?

"É triste já ter traçado diante dos olhos a daninha esperança de coisa nenhuma", você lia, ou será que lamentava, antecipadamente, sobre o futuro dele?

2 коментара:

Анониман је рекао...

erotismo Voyeur...
e a vida?

Marcelo је рекао...

um torvelinho