Não mais escrevo poesias
Agora sou ser do mundo
Risível, descartável, opcionalmente odiavel
Redundante papagaio
Terei de sofrer mais para saber o sofrimento que tenho
De viver mais para ser o que nunca quis
Ridicularizando-me nego qualquer possibilidade de progressão
Satisfaço-me em ser pequeno
Minha única função é definhar
E provar que meus sonhos são merda suja e delirante
Onde está o amor que tive?
Certamente no mesmo lugar do amor que tenho
Não há amor além do egoísmo
Não há porco maior que o enlameado de sonhos
Faço sofrer e tenho prazer
Torpe foi alguma esperança de ser homem
Estava certo o da mansargada
Nunca deixei de ser o eu pequeno
Que se embriagou de poeta
Que se elogiou de poesia
Antes não tê-la tido
Antes não ter esperança de volta
Antes ter sempre estado limpo
Mas agora não dá
É hora do lamento
Do saborear a amargura
De ser o feio
O burro
Saborear toda dor como real
E saber que nem mesmo a dor é real
Não há futuro em mim
Nem passado que me caiba
O outro é eterno inútil
Caco ridículo de um espelho sem imagem
Nada existe cheio
Abdico da poesia
Para de espontânea vontade
Ser o que nunca quis
Que eu deixe ódio
Sabendo que nem ele perdurará mais que um pensamento
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