субота, септембар 30

Desligar.
Ele pôs uma roupa bem bacana, e foi. Era como eu quando comecei a escrever isto. Não sabíamos, nem eu, nem ele, muito bem o que queríamos, onde iríamos, o que nos esperava. Apenas era impossível ficar ali, ele em seu mundo, eu na minha primeira palavra.
Não sei muito bem como nos encontramos. Ambos sem rumo, mas conscientes de que não há nada de especial nisso. Alías, nesses dias, este sentimento é tão vulgar que seres de exceção querem fugir dele. Mas ele ia. Até qualquer coisa que não fosse ele, que não estivesse impregnado de seu cheiro, de suas vontades. Repito que não sei como pudemos nos encontrar. pois meu caminho é reto e simples. Ir até o fim da linha e voltar. E ir de novo. Nâo tinha nada a dizer. Apenas queria arar este espaço tão branco. Ele andava em círculos, em elipses improváveis, rotas desarmônicas, cambaleantes. POr tantas vezes parecia trombar, tropeçar, trapacear. Ele queria tanto escapar de si, e eu sempre tive que inventar. Ele, materialidade pura, tão ferido, tão castigado, tão real. Eu, de primeira, não pude entender. Meu caminho, sempre em linha reta, na verdade sempre fez em si todas as curvas, todas as digressões, todos os destinos. Eu sempre fui bela, éterea, impossível, ficcional. Sempre pude tudo, e aquele moço, tão pouco.
Não sei bem quando foi que nos encontramos. Acho que foi há muito tempo atrás, ou tanto tempo depois. Sua dor é a esperança da minha próxima letra. Seu passado, meu outro futuro; sua ruína, meu monumento. Seu sossego, meu espaço.
Escorre sangue do enlaço que nos une.


-coisa bonita isso... (vê ai a saideira? mais um maço de cigarro!)mas pra quê vocÊ falou isso tudo ?
-POr que as pessoas teimam em dizer que isso tudo não é real?
-pessoas existem?
- Pessoas não existem. Apenas a noite existe. Pessoas... em geral, elas são apenas perda-de-tempo. passa-tempo;
- vejam, o dia... o bar está fechando... não se pode pensar impunemente.

1 коментар:

Анониман је рекао...

"Resta esse diálogo cotidiano com a morte, esse fascínio
Pelo momento a vir, quando, emocionada
Ela virá me abrir a porta como uma velha amante
Sem saber que é a minha mais nova namorada."