недеља, јул 3

Me colaram no tempo, me puderam uma alma viva e um corpo desconjuntado. Estou limitado ao norte pelos sentidos, ao sul pelo medo, a leste pelo Apóstolo São Paulo, a oeste pela educação. Me vejo numa nebulosa, rodando, solto sou um fluído, depois chego à consciência da terra, ando como os outros, me pregam numa cruz, numa única vida. Colégio. Indignado, me chamam pelo número, detesto a hierarquia. Me puseram o rótulo de homem, vou rindo, vou andando, aos solavancos. Danço. Rio e choro, estou aqui, estou ali, desarticulado, gosto de todos, gosto de ningém, batalho com os espíritos do ar, alguém da Terra me faz sinais, não sei mais o que é o bem nenhum mal. Minha cabeça vooa acima da baía, estou suspenso, angustiado, no éter, tonto de vidas, de cheiros, de movimentos, de pensamentos, não acreditoem nenhuma técnica. Estou com os meus antepassados, me balanço em arenas espanholas, é por isso que saio às vezes pra rua combatendo personagens imaginários, depois com os meus tios doidos, às gargalhadas, na fazenda do interior, olhando os girassóis do jardim. Estou no outro lado do mundo, daqui a cem anos, levantando populações... Me desespero porque não posso estar presente a todos os atos da vida. Onde esconder minha cara? O mundo samba na minha cabeça. Triângulos, estrelas, noite, mulheres, andando, presságios brotando no ar, diversos pesos em movimento me chamam atenção, o mundo vai mudar a cara, a morte revelará o sentido verdadeiro das coisas.


(Mapa... Murilo Mendes)

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