среда, август 11

Fazia-a parecer louca. Em alto tom de voz proibiam o destino de cada um. Você não vai ali, não pode ir sei lá onde. Não isto, não aquilo, não. Um desentender sem fim.Comportamento típico de quem se conhece e não se distingue da mediocridade geral.
A discussão aumenta os decibéis, a música ambiente incentiva as gargantas. A sala se torna pequena. A televisão imprime imagens sem sons as vezes observadas por ele. Ela quase chora, ele aumenta o tom. Ela se recompõe, ele aumenta o tom. O amigo do sofá começa a ver tv sem som. Monólogos, monólogos...
Ela só quer ir aonde quer que ele vá. Ele só quer ir sozinho. Ela só quer que ele vá com ela. Ele só não quer ir. Ela ameaça sair e flertar com outros. Não com palavras claras, mas com entonação. Ele aumenta ainda mais a voz. Por fim decide que cada um deve fazer o que entender. Ela diz que fará novamente com aquela entonação de voz. Ele se irrita, explode, diz que se ela sair no carro de algum idiota qualquer, parecido com ele, que não volte mais. Repete a frase com maior impacto ainda. Ela se cala. O amigo do sofá se cala. Ele se cala. A televisão fala. Uma desculpa qualquer os acalma. Despedem-se e o amigo do sofá pensa em ligar para ele dizendo que ela estava certa, mas é desviado pelo seqüestro relâmpago seguido de morte da tv.

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