среда, јул 7

Tá aí um bom texto a ser visitado em tempos de fim de semestre...


É muito breve a vida dos ocupados [...]
A vida divide-se em três períodos: o que foi, o que é e o que há de ser. Destes, o que vivemos é breve; o que havemos de viver, duvidoso; o que já vivemos, certo. [...]Eis o que escapa aos ocupados, pois eles não têm, tempo de reconsiderar o passado, e, mesmo se o tivessem, ser-lhes-ia desagradável a recordação de uma coisa da qual se arrependem. [...] É próprio de uma mente segura de si e sossegada poder percorrer todas as épocas de sua vida; mas o espírito dos ocupados, tal como se estivesse subjugado, não pode voltar sobre si mesmo e se examinar. Portanto sua vida se precipita num abismo[...]. É extremamente breve a vida dos que esquecem o passado, negligenciam o presente e receiam o futuro; quando chegam ao termo de suas existências compreendem tardiamente que estiveram ocupados em nada fazer.


Portanto anseiam por uma ocupação qualquer, e todo intervalo de tempo entre duas ocupações lhes é um fardo. [...] A espera de qualquer coisa por que anseiam lhes é penosa, mas aquele instante que lhes é grato corre breve e rápido e torna-se muito mais breve por sua própria culpa, pois passam de um prazer a outro e não podem permanecer fixos num só desejo[...]. Perdem o dia na espera da noite, a noite, de medo da aurora.[...] Em meio a grandes labutas, conseguem o que desejam e ansiosos conservam o que conseguiram; entretanto não têm consciência de que o tempo nunca mais há de voltar. Novas ocupações seguem-se às antigas , a esperança suscita esperança; a ambição, ambição. Não procuram um fim às misérias, mas mudam de assunto.
Tendo aquele obtido os cargos com que tanto sonhava, deseja abandoná-los e repete incessantemente: “Quando este ano passará?”

( Sêneca, Da brevidade da vida )

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